A Pandemia do covid-19 atingiu em cheio o sistema educacional do estado do Rio de Janeiro, em especial as professoras e professores das instituições de ensino privadas, com a suspensão das atividades presenciais desde o dia 17 de março, determinada pelo decreto do governo do estado nº 46.973 e por decretos similares municipais. O Sindicato dos Professores de Petrópolis e Região (Sinpro Petrópolis) considera que a educação em nosso município e nas demais áreas de atuação – Três Rios, São José do Vale do Rio Preto, Paraíba do Sul, Vassouras e outros – passam por grave crise devido à pandemia.
Para ilustrar a situação, faremos um rápido histórico: em uma 1ª fase, assim que a suspensão das atividades presenciais foi decretada, a categoria, em todos os colégios, escolas e universidades privadas, teve que rever e preparar todo o material de ensino para 2020, adaptando-o à Internet e às aulas on-line.
Depois, começa a 2ª fase, que ainda está em pleno andamento: a rotina estafante e diária de preparar e lecionar aulas on-line para as crianças, adolescentes e adultos, mantendo o mesmo número de estudantes que existia antes da crise; tendo que se adaptar às pressas às ferramentas de aulas remotas existentes e muitas vezes trabalhando em condições precárias.
E no meio a isso tudo lembremos, também, da pressão exercida por alguns donos de escolas, apoiados nas terríveis (para os trabalhadores) Medidas Provisórias do governo federal, que permitiram a redução dos salários e até mesmo a suspensão dos contratos dos professores. Contra isso, o Sinpro lutou e luta, arduamente, orientando a categoria a não aceitar o assédio profissional. Convém lembrar que obtivemos, em conjunto com a Feteerj, federação a qual somos filiados, e demais Sinpros, uma vitória com a sanção da Lei estadual nº 8.864/20, que está em vigor e estabelece a redução de mensalidades do ensino privado e proíbe demissões de professoras(es) durante a pandemia.
Assim, podemos afirmar que o trabalho da professora e do professor este ano vem sendo ainda mais estafante do que o normal – trabalhando além do horário da escola, à noite e finais de semana e disponível a qualquer momento via remota. Além disso, voltamos a afirmar: muitos professores passaram a receber um salário menor devido à aplicação das MPs por parte de alguns donos de escolas. Toda essa situação vem causando um enorme estresse na saúde mental e psicológica dos educadores.
Dessa forma, o Sindicato dos Professores de Petrópolis e Região reivindica a manutenção do recesso escolar de 15 dias em julho nas instituições privadas de ensino. Trata-se de uma necessidade premente da categoria, que se torna ainda mais importante na atual situação da pandemia, em que os educadores vêm se desgastando como nunca.
Em defesa da vida, pelo cumprimento do recesso escolar de julho e somente voltar às atividades presenciais com a garantia de que a pandemia esteja realmente controlada.
Sindicato dos Professores de Petrópolis e Região (Sinpro) – filiado à Feteerj
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